MONTEVIDEO
Missão Montevideo - Buenos Aires C.A.C
Distribuição LLR
Dia 4 - 26/01/2020 - Domingo
Mohallem
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Caminhada hotel até livraria indicada por RES (El Grand Ateneo) - 5km - por coincidência trajeto passou por alguns lugares emblemáticos da cidade, como o Obelisco, Casa Rosada, Plaza de Mayo e Avenida 9 de Julho. Dia muito bonito e muito quente - 34 graus
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Feira Tristan Narvaja: feira ENORME que acontece aqui aos domingos - abrange uma rua inteira e mais várias porções de ruas paralelas e perpendiculares. As lojas ao redor da feira também abrem - muitas lojas de livros em Montevideo
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Nesta feira tem de tudo, desde frutas e vegetais até coisas eletrônicas, antiguidades, incensos, ferramentas... um baita treino para o olho. Precisa caminhar muito e olhar muito
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No Uruguai não é considerado muito educado barganhar preço
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Compra de livros: “História, Arte, Cultura - de Aby Warburg a Carlos Ginzburg” (José Emílio Burucúa) e “ Joseph Beuys: pensar cristo” (Firedhelm Mennrkes)
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Ponto alto: uma barraquinha que vendia massa fresca, vendida em caixas de papel vermelhas e amarelas lindas
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em um dos sebos que estavam abertos hoje, perguntei a um senhor, que descobri ser o dono, onde estavam os livros de arte. Ele me levou até um canto tímido e minguado da livraria e se justificou: há um mês 4 brasileiros vieram e compraram dele QUINZE MIL LIVROS para DECORAR uma “estância turística” que haviam comprado no Uruguai. Me contou que eram sócios/pessoas relacionadas ao Fasano, que estavam abrindo este novo negócio no Uruguai. Isso me marcou bastante: quem tem bala para comprar de uma vez 15 mil livros, compra um lote de livros aleatórios para decoração, para uma biblioteca cênica. O que isso revela sobre o Brasil? O que isso revela por exemplo sobre o tipo de investimento que a Lila faz? Postura política desse investimento? Resistência?
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Pergunta colocada pelo meu pai um dia antes de viagem: “você está indo trabalhar para o Rubens ou pra você?” - sinto que tem relação com este tema “investimento”. Gostaria muito de tentar abordar essa pergunta de forma adulta. De forma pé no chão. Exppor que a lógica da resposta vai ser diferente da lógica da pergunta.
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Hoje posso afirmar que o que meu pai chama de “trabalhar para mim” não me interessa. Não quero mais financiar uma ideia que tenho de mim. Nem financiar o que me disseram que é “dar certo” . Trabalhar para o mestre/missão/assistência/estar no mundo como discípulo - é um puta caminho para financiar outra coisa de si
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Nesse sentido é bem foda como a obra de RES é generosa, como ela se empresta como ferramenta na construção do discípulo - e como isso também é sistêmico e não predatório: o Méthodo constrói a ferramenta que estará a serviço para a construção do Méthodo.
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Almoço: choripan - um pão muito macio com chorizo e chimichurri. Comida de rua típica Uruguai e Aegentina
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Descansar - literalmente deitar e tirar um cochilo, ver um filme, colocar um travesseiro embaixo das pernas. Importância de ouvir o corpo, de cuidar do corpo - Descanso como algo ativo - como realmente estar preparando o corpo pra aguentar o tranco. Diferenças entre o momento de descanso literal que tive aqui (hoje: uma tarde inteira cochilando e vendo séries) com o que faço em São Paulo?
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Como transportar essa viagem para o dia a dia? Como estar em Missão todos os dias? Agora que a volta á São Paulo se aproxima, como continuar neste ritmo?
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Relação disso com obra de RES - arte como algo capaz de colocar o outro cara a cara com a tensão da vida
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Último jantar com Jero e Soledad - levei um vinho para agradecer a ajuda imensa dos dois à Missão(aprendizado: uva Tannat é a uva típica do Uruguai) Falamos sobre lançamento LLR em Montevideo: eles dizem que o mais interessante é focar esforços em Buenos Aires - Montevideo tem um cenário de arte não-profissional/ meio disperso segundo Jero. Expor o que eles disseram em mais detalhes para RES e Lila assim que voltar!
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A cada dia que passa Mohallem entende que quer muito estudar pra valer!

DIA 4
